Um sinal: um presente vindo do Espírito de Deus
Raymundo estava angustiado com o aparecimento dos contornos de Nossa Senhora na parede na Capela Magnificat. Nosso Senhor orienta Raymundo sobre o valor dos sinais dados pelo Céu. “As hóstias estão em toda parte, em todas as igrejas. São os meus sinais e a minha presença entre vocês, e muitos como você desejam destruí-los”.
28 de fevereiro de 2009
No dia 28 de fevereiro de 2009, amanheci com uma dor de cabeça muito forte, tomei um comprimido e resolvi ficar na cama por mais algum tempo. Daí a pouco comecei a sentir uma brisa perfumada passando pelo meu rosto, e logo percebi que algo estava se tornando fora do comum.
Eu, acostumado com essas manifestações na minha vida, pensei alto: “Meu Deus, o que deseja de mim?” E uma rajada de vento trouxe até a minha cama um dos dois retratos que no dia anterior eu tinha pedido à Terezinha Lembi, e que se encontrava na minha escrivaninha. Eram fotos dos contornos da figura humana surgida na parede da sacristia da capela.
Com o retrato nas mãos, eu disse:
– É por causa disso? Alguém necessita falar comigo por causa disso?
Nessa hora escutei um barulho na porta do quarto, que estava trancada. Pensei que fosse a Geny voltando da feira com a Bá. Pulei da cama e fui atender, quando encontrei no chão três bolinhas brancas em cima do segundo retrato da imagem formada na parede da sacristia. Comecei a rir:
– Lá vêm vocês de novo com as suas brincadeiras.
Em seguida senti vontade de pegar as bolinhas. Ao pegar uma delas, ela tornou-se vermelha. E nela estava escrito: “Por que essa incredulidade?”
– Olha – eu disse rindo, não sei o que vocês desejam, mas se pensam que vou pegar as outras duas bolinhas, podem tirar o cavalo da chuva, que não faço isso não!…
Voltei para a cama e fiquei quieto para ver o que aconteceria. Foi quando escutei outro barulho na porta, e desta vez tinha certeza que era a Geny. Corri para que ela não visse a brincadeira dos garotos, e deparei-me com as duas bolinhas no chão. Porém, elas estavam maiores.
Não resisti, peguei mais uma. Com ela nas mãos, uma luz azul me envolveu e escutei uma voz, que me pareceu ser a de um dos “garotos”:
– Você não acredita que Deus possa fazer surgir do lodo algo para animar a fé de vocês?
– Acredito – respondi. Mas por que Ele não fez isso quando pedi, na Praça do Papa?
– Porque lá Ele necessitava da fé brotando do coração de vocês, sem sinais. Ele marcou aquele povo como testemunha para o futuro. Seus caminhos não são os do Senhor Jesus. E lhe digo com firmeza: os caminhos de Jesus não são os de vocês.
– Mas eu não necessito de sinais na capela!…
– A doce e serena Senhora também não. Mas esse presente, vindo do Espírito de Deus, será um marco para o local escolhido por Ela para apresentar Jesus, mais uma vez, na história de vocês.
– Se eu quiser, posso destruí-lo, não posso? – disse com firmeza.
– Claro que pode. Por que não o faz agora? – ele respondeu com muita calma.
Desci então enfurecido. Ia entrar na capela, com um desejo insano de destruir o desenho na parede, mas na porta dei de cara com um homem vestido de farrapos, muito humilde, sentado na rampa de entrada da Capela Magnificat. Esse homem me disse:
– Estou com fome, muita fome, me dê algo para comer!
Era um homem muito sujo, sujo de barro, com o cabelo emplastado e uma barba horrível, pequena e cheia de falhas. Tinha um forte cheiro de podre, e parecia ter vomitado na roupa. Os pés estavam sujos de barro e roxos. Seu olhar era penetrante, um pouco azulado; não sei se o azul era reflexo de alguma luz ou se era próprio dos seus olhos. Tinha uma mão grande e nodosa, as unhas sujas. Sua roupa parecia de mendigo: calça branca e camisa amarela, toda furada, esfarrapada e suja de barro. Parecia estar com uma grande ferida no peito, porque a camisa estava suja de sangue. Apresentava também uma ferida grande no nariz. Sua fala era calma e compassada.
Interessante, na hora me esqueci da vontade de destruir o sinal na parede e fui até a cozinha, para ver se encontrava alguma coisa para o homem comer. Voltei com um pedaço de pão e uma xícara de leite na mão. Ofereci-os ao homem, que me disse:
– Acabo de vir de uma igreja, e um sacerdote me deu alguma coisa. Vou trocá-la com você.
E abriu a mão direita. Nela havia algumas hóstias, e vi que estava machucado no pulso.
– Mas isso são hóstias!… Onde as arranjou?…
– Estão em toda parte, em todas as igrejas. São os meus sinais e a minha presença entre vocês, e muitos como você desejam destruí-los.
Aí reconheci o homem, e fiquei apavorado.
– Senhor Jesus, como veio parar aqui todo rasgado e com fome?…
– Minha fome é para que você não se perca do caminho de minha Mãe. Está com medo de que Eu me retire deste lugar, porque fiz com que na parede deste local se formassem contornos que lembram os contornos de minha Mãe?
– Não, Senhor Jesus, é porque a sua Igreja me condena, e creio que eles vão achar que provoquei isso para me promover.
– Mas comigo aconteceu o mesmo, e fui pregado numa cruz devido à minha insistência em afirmar que estou com vocês. Está trocando a minha vontade pela vontade da racionalidade humana?
– Não, Senhor Jesus, nunca faria isso…
– Como desceu para destruir esses contornos?
– Por que achei que isso pudesse ser uma coincidência.
– Muito bem, não vou impedir que destrua esse sinal. Mas, antes, desejo que faça algo para mim.
– O que deseja, Senhor Jesus?
– Desejo que volte ao seu quarto, apanhe a terceira bola que está no chão, em cima do retrato.
Subi correndo e apanhei a bola. Em minhas mãos ela ficou amarela, e vi uma cena impressionante. Uma porção de criaturas, transparentes como água, escorrendo pela parede da sacristia. Nesse processo, aos poucos iam surgindo as manchas que estavam impressas na parede.
Corri de volta para pedir perdão a Jesus pelo acontecido, e me esqueci que ainda apertava nas mãos a bolinha amarela. Mas já não tinha mais ninguém, restava apenas a bolinha amarela, na qual estava escrito:
“Você está seguindo o caminho de minha Mãe, continue”.
Depois disso, tudo voltou ao normal. Procurei as bolinhas, mas não as encontrei mais. Voltando ao quarto onde eu estava anteriormente, vi na murada, vazios, a xícara de leite e o papel no qual colocara o pão.
Oração formulada por Raymundo
Doce e Serena Senhora, o teu Filho Jesus dignou-se enobrecer o teu semblante, fazendo aparecer na parede da Capela Magnificat o vulto que reflete o teu amor para conosco.
Faze, ó Mãe admirável, com que eu possa interagir com esse milagre, colocando-me ao teu serviço.
Sei que diante desse fenômeno nada devo pedir, mas diante da misericórdia do teu Filho, tenho a coragem de espírito para solicitar apoio, pois necessito dessa graça (faça aqui o pedido). Se for do teu desejo, e se puder me apoiar na misericórdia de Jesus, agradeço-te a oportunidade de fazer parte desse convívio celeste.
Tenho pouco a te oferecer, mas diante de Jesus este pouco é de uma grandeza enorme.
Pai nosso que estais nos céus…
Referência: LOPES, Raymundo. Um Sinal: Um presente vindo do Espírito de Deus Algo para animar a nossa fé. In: LEMBI, Francisco. Raymundo Lopes, Daniel: Uma incógnita dos finais dos tempos. Belo Horizonte: Magnificat, 2010. p. 103-106.