Após ditar a mensagem “A ordem cede lugar à desordem desenfreada”, Nossa Senhora dá esclarecimentos sobre a situação de Eduardo Carvalho, missionário gravemente doente. “Para Deus nada é impossível, porque Ele é o criador do possível. O seu infinito amor nos abre caminho para que as coisas possam ser alteradas”.
28 de fevereiro de 1995
Estávamos eu, minha esposa e meu filho passando alguns dias em Cabo Frio, procurando descansar um pouco. No hotel onde nos hospedávamos, Nossa Senhora ditou, pela madrugada, a mensagem semanal A ordem cede lugar à desordem desenfreada. Nesta mensagem, Ela nos alerta sobre como o nosso país se comporta nestes dias de carnaval.
Estava pensando no Eduardo Carvalho, na situação aflitiva em que se encontra. Dias antes, Nossa Senhora havia me dito que não tinha mais nada a falar sobre ele, que eu apenas rezasse por ele. Mas tinha algo dentro de mim que me inquietava com essa situação. Ela nos fala sempre sobre o poder da oração, feita com sinceridade e confiança em Deus. E eu estou aprendendo com Ela a respeitar a vontade de Deus. Mas qual é a vontade dele? Não seria a cura do Eduardo, através de orações?… Não estaria Ela suscitando em mim esperanças para que Deus agisse?… A verdade é que dentro de mim, no meu íntimo, alguma coisa me levava a pensar no Eduardo dentro do plano de Deus para esta Obra, mas ainda na sua vida terrena.
Ditada a mensagem, ouvi instantes depois o coro dos anjos que normalmente acompanha a retirada de Nossa Senhora, não me dando assim chance de falar nada.
Eu, então, pela primeira vez pedi em voz alta:
– Nossa Senhora, não vá embora!… Fale comigo mais um pouco!…
Para a minha surpresa os anjos pararam de cantar, e ouvi aquela voz macia, cristalina e suave:
– Você quer conversar comigo sobre o Eduardo?
– Como a Senhora sabe? – perguntei surpreso.
– Esqueceu que Deus me permite olhar para você e ler o seu coração?
– Se a Senhora tem este poder, por que ia me deixando aflito por causa dele? Eu tenho esperanças e quero lhe falar sobre isso.
– Meu filho, somente a sua fé é a resposta para todas as suas dúvidas a respeito do Eduardo. A sua fé é a ponte entre você, Eduardo e Deus.
– Não entendi.
– Você não entende as minhas palavras porque lhe falta a fé necessária para que esta ponte se concretize. Eu lhe disse para rezar por ele.
– Eu me lembro, e estou rezando.
– Deus está permitindo hoje esta nossa conversa em resposta às suas preces.
– Quer dizer que, se eu orar por ele, poderá haver a cura do câncer que o está matando?
– Para Deus nada é impossível, porque Ele é o criador do possível. A sua vontade é imperativa, mas o seu infinito amor nos abre caminho para que as coisas possam ser alteradas. Por isso, disse e repito: reze por ele.
– Se eu e todos os missionários rezarmos por ele, as coisas podem ser alteradas? É isto que eu entendi?
– Isto mesmo. Se você e todos os missionários rezarem pelo Eduardo, e se essas orações forem sinceras, e se estiver no plano de Deus que tudo isso se concretize, isso se realizará.
– Então podemos tentar? Não estamos, com isso, querendo que prevaleça a nossa vontade ao invés da vontade de Deus?
– A sua fé é como um caniço verde ao sabor do vento – Ela disse pausadamente. Acredite que Jesus é uma realidade palpável no meio de vocês, e os mesmos milagres que Ele operou há dois milênios atrás poderá repeti-los agora. Entretanto, Ele quer utilizar do recurso da fé e de muitas orações de vocês.
– Quer dizer que se não orarmos com intensidade e inteira confiança não vamos obter esta graça, não é isto?
– Isto mesmo. Entendeu bem agora o que tenho tentado lhe passar durante todo este tempo.
– E se, depois de tudo isso, ele morrer?
– Se depois de tudo isso ele morrer, estará vivendo na eternidade, conforme lhe prometi e pedi que passasse a todos. A vontade de Deus estará em curso e a minha Obra, com vocês, inserida neste contexto. Fique em paz; não inquiete o seu coração. E reze pelo Eduardo.
Dizendo isto, os anjos começaram a cantar, sinal de que Ela tinha ido embora.
Referência: LOPES, Raymundo. Reze pelo Eduardo. In: LEMBI, Francisco (Org.). Diálogos com o Infinito. Belo Horizonte: Magnificat, 2007. p. 63.
