John-Henry Westen.
LifeSiteNews, 14 de julho de 2017.
Tradução. Bruno Braga.
O Cardeal Joseph Zen, principal Cardeal da China e conselheiro-chave do Papa Bento XVI sobre as relações China-Vaticano, denunciou um novo acordo do Vaticano com o governo chinês ateu comunista [1] em uma entrevista para o canal polonês Polonia Christiana. O ex-Arcebispo de Hong Kong comparou a atual situação da Igreja na China com os tempos da brutal repressão física dos anos 1950 e 1960, dizendo que a situação hoje é pior.
“Por quê? Porque a Igreja foi enfraquecida”, disse. “Lamento muito dizer que o governo não mudou, e que a Santa Sé está adotando uma estratégia equivocada. Estão muito ansiosos para dialogar, dialogar e dizer para todo mundo que não faça barulho, para acomodar, comprometer, obedecer ao governo. As coisas agora estão caindo, caindo”.
Explicando como se chegou a esta situação intolerável, ele sugere que o Papa Francisco é ingênuo, tendo experienciado o comunismo na América Latina, não na sua forma totalitária como na China ou na Polônia. Assim, ele diz, os Papas João Paulo II e Bento XVI entenderam a situação, enquanto o Papa Francisco está confuso.
“Na superfície”, ele afirma que no novo acordo parece que “a autoridade do Papa está protegida, pois dizem que o Papa tem a última palavra”.
“Mas é tudo falso. Eles estão dando o poder decisivo para o governo… Como a iniciativa de escolher Bispos pode ser dada a um governo ateu? Inacreditável. Inacreditável”.
O Cardeal de 85 anos, nascido em Xangai, explica que o Papa Francisco pode acreditar que está tudo bem com o acordo, porque “no papel” o governo aprova a eleição na Conferência dos Bispos e, então, o Papa tem a última palavra. “Mas a eleição e a Conferência dos Bispos são falsas”, e o Papa nunca pode dizer não para os bispos sugeridos.
Zen diz que não existem eleições reais na China. “Tudo é decidido antes”.
“Eu realmente não posso acreditar que a Santa Sé não sabe que não existe Conferência dos Bispos! Existe apenas um nome. Eles nunca têm uma discussão de fato, encontros. Eles se encontram quando são convocados pelo governo. O governo dá as instruções. Eles obedecem. É falso”.
O Cardeal Zen recordou a declaração do Papa Bento XVI de que não há uma Conferência dos Bispos legítima na China. Existem bispos ilegítimos na Conferência e Bispos legítimos subterrâneos que não estão nela, explicou o Cardeal.
Respondendo a objeção de que historicamente reis e imperadores fizeram Bispos, o Cardeal Zen disse: “Pelo menos eram reis e imperadores cristãos. Mas estes são comunistas ateus. Eles querem destruir a Igreja ou, se não podem destruí-la, querem enfraquecê-la”.
NOTAS.