Raymundo Lopes comparece ao encontro marcado na Igreja de São Sebastião. A doce voz lhe diz: “Estarei aqui para conversar com você por mais oito terças-feiras, sempre neste horário. (…) É imprescindível que você reze muito, (…) somente desta forma poderemos manter os nossos diálogos”.
11 de fevereiro de 1992
Cheguei à Igreja de São Sebastião acompanhado pela Cecília, às 16:30. Encontramos um grupo de oração da Rosa Mística rezando. No altar lateral da direita haviam colocado uma imagem da Virgem.
Exatamente às 17 horas, durante a Salve-Rainha, vi a luz azul e brilhante no topo do altar-mor, acima do Sacrário. Pouco depois ela desceu, pairando sobre a mesa do altar, e dali foi à mesa onde se celebra a Missa. Por um instante, permaneceu sobre o candelabro da direita, até que se dirigiu rumo à imagem da Rosa Mística que estava no altar lateral. Sua luminosidade diminuiu bastante no trajeto. Restou apenas um pequeno ponto de luz, que deslizou sobre uma fita rosa amarrada na mão da imagem. Em seguida, a luz expandiu-se novamente, envolvendo toda a imagem, e de súbito escutei a mesma voz que me falara no meu apartamento:
– Raymundo.
– Estou aqui, como você pediu – respondi. – O que quer de mim?
– Muito obrigada por ter atendido ao meu pedido. Estarei aqui para conversar com você por mais oito terças-feiras, sempre neste horário. Por favor, não faça perguntas que Eu não possa responder.
– Posso perguntar o seu nome? – arrisquei.
– Isto agora não é importante, mas prometo que antes do nosso oitavo encontro lhe revelarei quem sou. E para que possamos manter as nossas conversas, é imprescindível que você reze muito, com fé em Deus, porque a oração é o melhor caminho para conversar com Deus e Deus com os homens. Quando rezar, não o faça com exagero, com palavras altas e cânticos estridentes, porque isto afasta Jesus dos seus corações. A oração deve ser calma, e reze o Terço refletindo. A calma e a serenidade aproximam os homens de Deus; a agitação não encontra lugar no Céu. Parece estranho que Eu peça que você reze muito. Entretanto, é somente desta forma que poderemos manter os nossos diálogos.
– As pessoas em volta de mim estão vendo você? – perguntei.
– Não, somente você. O amor de Jesus e a necessidade de lhe transmitir algumas mensagens permitiram isto.
– Posso contar para as pessoas o que você está falando?
– Se quiser, pode. Se for da sua vontade, procure o pároco da igreja e converse; ele irá entender o que desejo.
– Por que você escolheu esta igreja?
– Há anos é plano para que isto aconteça.
– Por quê? Daqui vai sair alguma coisa importante?
– Tudo o que falo é importante, e vocês têm que estar atentos aos meus sinais. Não permitirei que nada mais interfira em nossos diálogos, para que você compreenda exatamente o que necessito e possa transmiti-lo às pessoas sem nenhuma confusão. Permaneça calmo e não permita nunca a agitação, porque ela não é de Deus.
Neste momento, a luz começou a ficar fraca e sem vida, e ouvi dela as últimas palavras:
– Que Deus o ilumine, e que você sinta vontade de voltar por mais oito terças-feiras. Estarei aqui esperando. Muito obrigada.
A luz de repente apagou-se, e tudo voltou ao normal.
Conforme a promessa da última terça-feira, de que eu receberia um sinal físico deste encontro, à saída vimos diversas pessoas junto a uma imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Entre elas estava Dom Sigaud, bispo emérito de Diamantina. Chegando perto, percebemos que um líquido oleoso, transparente e sem cheiro escorria da imagem. As pessoas recolhiam o líquido emocionadas. Seria este o sinal prometido?…
Referência: LOPES, Raymundo. O sinal. In: LEMBI, Francisco. Raymundo Lopes, Daniel: Uma incógnita dos finais dos tempos. Belo Horizonte: Sim, 2010. p. 20-21.