“O último Papa”, de Malachi Martin

Malachi Martin

Uma Igreja da Nova Ordem Mundial, um catolicismo sem vínculo com a Tradição, um papado convertido em servidor do poder global. Este é o pano de fundo do romance reeditado do padre Malachi Martin.

“O último Papa”, Malachi Martin volta às livrarias espanholas.

Infovaticana, 13 de julho 2018.

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Tradução. Bruno Braga.

 

Uma nova e desfigurada Igreja em uma nova ordem mundial, um catolicismo sem nenhum vínculo verdadeiro com a tradição, e um papado convertido em complacente servidor, inclusive coadjuvante, do poder global. Este é o objetivo da conspiração que guia a trama de “O último Papa”, o romance do padre Malachi Martin publicado nos anos 1990 e recuperado agora pela Homo Legens em uma nova edição [1].

O romance de Malachi Martin apresenta um complô de eclesiásticos, políticos e empresários que, unidos no pertencimento à Maçonaria, no delírio globalista e na submissão ao diabo, tenta implantar um governo mundial em que a Igreja Católica abandone a sua missão para servir ao poder global.

Prestes a conseguir o seu objetivo, os integrantes dessa conspiração enfrentam um último obstáculo: “o Papa eslavo”, um jogador geopolítico de primeira ordem, profundamente espiritual, assentado na cátedra de São Pedro.

Para a frustração dos seus inimigos, o Sumo Pontífice mantém-se firme nos aspectos básicos referentes à moral e à doutrina: nega-se categoricamente a considerar a ordenação de mulheres como sacerdotes e a relaxar as normas do celibato sacerdotal, não aceita de forma alguma a contracepção e muito menos o aborto. Além disso, defende o direito da Igreja de educar a juventude e opor-se a qualquer legislação civil contrária aos seus ensinamentos.

A sua fidelidade à doutrina e moral católicas transformará o “Papa eslavo” em objetivo prioritário dos conspiradores. No entanto, o Papa descrito por Malachi Martin de imediato compreende que o seu problema não só consiste em ter que enfrentar um conluio antipapal sem precedentes, mas também que “muitos homens bons do Vaticano deixaram de ser fiéis, e muitos entre os fiéis temem fazer o bem que lhes dita a sua consciência”.

Cercado dentro da própria estrutura do Vaticano, pressionado por seus inimigos para apresentar a sua demissão, “o Papa eslavo” confia em um jovem sacerdote americano para travar uma batalha decisiva na guerra contra o Mal.

“É um romance, mas 85% dele está baseado em fatos reais, e muitos dos personagens são reais, embora eu lhes tenha dado nomes de ficção”, assegurou Malachi Martin em 1999.

O autor desse apaixonante romance nasceu na Irlanda, em 1921. Estudou teologia em Lovaina (Bélgica), onde obteve doutorado em línguas semíticas, arqueologia e história oriental. Após trabalhar como arqueólogo no Mar Morto, Malachi Martin entrou aos 37 anos para o serviço da Santa Sé como secretário do Cardeal Bea. Nessa época, viveu os acontecimentos que marcaram o século XX muito perto do Papa, e teve acesso ao Terceiro Segredo de Fátima.

Em 1964, pediu dispensa dos seus votos na Companhia de Jesus e se mudou para os Estados Unidos, onde viveu como sacerdote, escritor, editor no National Review e exorcista. Nesse período, escreveu 17 obras, algumas das quais foram traduzidas para vários idiomas. As mais conhecidas são “O último Conclave” (1970), “Reféns do demônio” (1984), “Vaticano” (1986) e “Os Jesuítas” (1987). Malachi Martin faleceu em 1999 após uma queda em seu apartamento, em Manhattan.

NOTAS.

[1]. Cf. [