Maçonaria começa a lavar sua imagem nas Ilhas Canárias
A Maçonaria quer crescer na Espanha, e começa uma campanha para atrair a opinião pública. O primeiro passo foi dado recentemente nas Ilhas Canárias.
Infovaticana, 27 de julho de 2017.
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Tradução. Bruno Braga.
Juan E. Pflüger / La Gaceta [1] – No dia 23 de junho, a Grande Loja da Espanha, articulada com a sua subordinada na província das Ilhas Canárias, celebrou uma marcha maçônica em Las Palmas de Gran Canaria. O objetivo, segundo eles, era render homenagem aos quatro prefeitos da localidade que pertenceram a essa obediência maçônica.
A realidade é outra: os maçons na Espanha não conseguem se desenvolver como em outros países europeus e pretendem sair do armário para tentar captar novos adeptos. Por isso, elegeram a comunidade autônoma onde têm mais membros: as Ilhas Canárias.
Na Espanha existem duas lojas maçônicas reconhecidas: a Grande Loja da Espanha-Grande Oriente Espanhol, dependente da maçonaria francesa; e a Grande Loja Simbólica Espanhola. No total, não chegam a membros.
A Grande Loja da Espanha é maior e conta com mais de membros, dos quais quase 500 estão nas Ilhas Canárias. Mantém 180 lojas locais – centros de reunião – e tem um Supremo Conselho que regula todas as atividades dos membros. À frente do Grande Oriente está, com o título de Grão-mestre, o advogado valenciano Óscar de Alfonso. Um dos principais promotores dessa saída do armário para tentar expandir-se socialmente.
A Grande Loja Simbólica é mais reduzida, embora, diferentemente da anterior, admita mulheres entre os seus membros. Não ultrapassa 300 iniciados na Espanha. Também tem o seu próprio Supremo Conselho e seu Grão-mestre, a aragonesa Nieves Bayo Gallego (desde 2012), que fez do laicismo sua principal bandeira dentro da organização.
O número de maçons na Espanha é muito inferior ao de outros países. França e Inglaterra têm cerca de meio milhão de inscritos em suas lojas, nos Estados Unidos os maçons são milhões e, na Alemanha, são aproximadamente . Graças à legislação imposta durante o franquismo, que proibia o desenvolvimento desses grupos secretos, em nosso país continuam sendo muito minoritários. Agora pretendem se dar a conhecer e se expandir em um ambiente no qual muitas de suas propostas já são impostas socialmente.
Entre esses objetivos se encontram aqueles que pretendem a implantação da ideologia de gênero, o ataque contra a família e o globalismo. A engenharia social que hoje é implantada na Espanha com medidas favoráveis a grupos LGBT, a imigração descontrolada ou os movimentos de ruptura da Espanha, são êxitos de seus postulados que lhes dão asas para tentar crescer.
As conquistas da Maçonaria são sentidas inclusive dentro das hierarquias eclesiásticas. Recentemente, o Cardeal Ravasi, responsável pelo Conselho Pontifício para a Cultura, dirigiu-se aos “queridos irmãos maçons“, pedindo-lhes para superar anos de enfrentamento e solicitando que sejam criadas “pontes, não muros”.
Uma forma de agir, por parte de um responsável da Igreja Católica, que vai contra a excomunhão que pesa sobre os membros da Maçonaria e que os torna incompatíveis – contanto que sigam com suas obediências maçônicas – com o Cristianismo. E mais, desde o princípio do século XX, todos os ataques contra a religião católica são inspirados pela Maçonaria. Assim aconteceu no México pós-revolucionário de Plutarco Elías Calles e na Espanha da Segunda República.
Como assegura Alberto Bárcena, um dos maiores especialistas espanhóis no estudo da Maçonaria, “estão em um processo de normalização, de ‘sair do armário’, como eles mesmos dizem. Pretendem blindar a Maçonaria, proteger a honorabilidade da Maçonaria”. Cunharam já a palavra ‘maçonfóbico’ [“masófobo”]. Cuidado, pois quando cunham a palavra tipificam a conduta. ‘Maçonfóbico’ é aquele que denuncia as políticas da Maçonaria. E ‘maçonfóbico’ é o equivalente a ‘homofóbico’, palavra que sequer existia, mas agora não só existe como pode levá-lo à lei, tipifica-se como uma conduta punível”.
NOTAS.
[1]. Cf. [].