Lá estava Ela

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A bela jovem revela enfim a sua identidade: “Eu sou a Senhora do Rosário”. A Santa Virgem aborda a retomada da mensagem de Fátima, a urgência de conversão antes do retorno de Jesus, a abertura dos três Selos, os castigos iminentes, a formação dos Missionários do Coração Imaculado e outros.

10 de março de 1992

Os meus dias têm sido de expectativa entre uma terça-feira e outra. E tenho notado que a uma paz interior vem me envolvendo mais e mais a cada dia. Na terça-feira de 10 de março, cheguei à Igreja de São Sebastião por volta das 16:30, com fé e confiança. O que aconteceu em seguida é difícil de descrever.

Uma luz surgiu de repente sobre a mesa da celebração. Ao mesmo tempo, centenas de estrelinhas começaram a formar-se, e depois tomaram a forma de um arco. Dentro desse arco apareceu um vulto, que foi aos poucos ganhando forma nítida.

Era uma mulher. Linda, elegante, o cabelo escuro, os olhos grandes e azuis. Parecia ter uns vinte e cinco anos. Lá estava Ela, esplêndida, pairando diante de mim com uma leveza inexplicável dentro do halo de luz. Seu semblante transmitia uma serenidade como nunca vi em pessoa alguma. Seus pés descalços pisavam uma pequena nuvem que se formara no ar.

A sensação foi a de um choque elétrico, que me arrancou de onde estava. Era como se numa fração de segundo eu tivesse me dividido em dois: um como que petrificado e mudo ao presenciar tanta maravilha, o outro capaz de expressar o que sentia, mas ao mesmo tempo sem conseguir ainda balbuciar qualquer palavra.

A mulher estava toda de branco, com um manto que era uma espécie de nuvem acetinada de um brilho inexplicável, que não ofuscava. Quase na barra do manto, havia uma pequena luz que cintilava como uma estrelinha. Ela olhava fixamente para mim. Sua pele era de uma alvura quase transparente. O cabelo mal aparecia entre o véu. O rosto, brilhante também como uma estrela, tinha traços tão delicados que em pessoa alguma é possível encontrar. O que mais me chamava a atenção eram os olhos, grandes e profundos.

O insólito estava na minha frente, derrubando todas as dúvidas que eu sempre havia tido a respeito de milagres e videntes. Esta cena ficou gravada na minha mente nos mínimos detalhes.

A mulher então me disse:

– Meu querido filho, não tema. Eu sou a Senhora do Rosário.

Os lábios moviam-se com suavidade, e as palavras soavam como música. Era a mesma voz dos encontros anteriores.

– Mais uma vez o agradeço por ter vindo e não se ter deixado levar pela dúvida. Como prometi, aqui estou para lhe passar coisas importantes. Algumas já lhe transmiti, para lhe dar força em continuar atendendo aos meus chamados, aos quais quero que você dedique bastante atenção. Nas vezes anteriores, permiti que você fizesse muitas perguntas, e respondi conforme os planos de Deus. Revelei coisas importantes, que por enquanto são segredos. Você venceu a prova da fé, para que os nossos encontros tenham sequência. Daqui por diante, quero que você reflita sobre o meu Rosário e reze muito pela paz no mundo. Estou retornando para confirmar tudo o que disse em Fátima. Como lhe falei, grande parte já se realizou, outras serão realizadas, e se a humanidade não encontrar o caminho da reconciliação com o próximo e buscar a paz que leva a Deus antes da vinda de Jesus, vocês terão muitos sofrimentos. É imprescindível que a humanidade se converta, pois não temos tempo a perder; Eu não consigo segurar por mais tempo o braço de Jesus. Ouça bem o que desejo lhe transmitir. Durante dois mil anos, Deus me permitiu interferir na Terra mediando uma importante obra redentora. Neste tempo, Eu lhes forneci um interminável caminho direcionado a Deus, com as minhas aparições, escapulários, Rosário e medalhas, no intuito de conscientizá-los de que Deus no final interferirá na Terra, porque isto foi profetizado pelos profetas e será cumprido. Meu desafio será vencer a grande serpente negra e aplacar, com as orações de vocês, o braço de Jesus neste final dos tempos, atenuando o grande castigo que abateria sobre a Terra neste tempo. Em Fátima, em 1917, declarei que no final o meu Imaculado Coração venceria, porque a minha fé inabalável em Deus me permitia profetizar isto com segurança. Declaro que, em meados do ano de 1999, entre os dias 11 e 17 do mês de agosto, um tremendo castigo estará sobre a cabeça da humanidade, artefato este construído pelo homem. Se não fosse a minha mediação e a constante oração de vocês, um quinto da humanidade pereceria. Entretanto, previno que muitos males se abaterão sobre a Terra a partir desse período, mas vocês estarão sob a proteção de Deus, a meu pedido, porque venci a serpente negra. Desejo que guarde segredo disso. Não fale nada a ninguém antes de meados do ano de 1999, porque isso lhe trará aborrecimentos e problemas com a Igreja, e uma investida demoníaca implacável contra vocês missionários. Fique tranquilo e siga em frente, porque depois disso o meu Coração Imaculado vencerá. Garanto-lhe que essa vitória se iniciará com vocês. O papa de vocês sofrerá muito. Morrerá na angústia de saber das minhas revelações e ser obrigado a calar-se diante do poder dominante à sua volta. Mas antes, farei com que você lhe ofereça o meu sinal.

– Qual sinal, Senhora? Já ouvi isso antes.

– O sinal de que tudo fez para que a verdade fosse dita e aceita pelo corpo clerical da Igreja.

Pouco depois, Ela continuou:

– Os nossos encontros serão marcados por três Selos importantes2. O primeiro Selo será aberto a você no dia 13 de outubro de 1992. O segundo lhe será revelado no dia 18 de setembro de 1993. E o terceiro Selo você terá conhecimento dele no dia 11 de fevereiro de 1995. Esses três Selos compõem toda a minha obra neste século. Haverá discórdias e polêmicas a respeito deles, mas se você encarar os fatos com inteira confiança em Jesus, em mim e no seu anjo da guarda, o meu Coração Imaculado triunfará na sua terra. Em nome de Jesus, você aceita depois continuar os nossos diálogos?

– Se isso fizer a Senhora feliz e se for para o bem da humanidade, aceito.

– Não espere compreensão das pessoas; você sofrerá muito por causa disso. Você está disposto a nos ajudar nesta obra?

– Nossa Senhora, se já cheguei até aqui, pode contar comigo até o fim; farei o possível para não desapontá-la.

– Desejo então que você, sob o meu comando, procure formar um grupo e o coloque sob a minha proteção. Desejo também que esse grupo, com caráter missionário com as minhas mensagens, seja conhecido por Missionários do Coração Imaculado.

– Eu devo tornar público isso que a Senhora me fala?

– Sim. E faça o que o seu coração estiver mandando, nós não interferiremos no seu livre pensar.

– Por que a Senhora fala “nós”?

– Porque nesta obra, Jesus, Eu e o seu anjo da guarda estaremos presentes até que tudo aconteça.

Aqui Nossa Senhora, que trazia as mãos na altura no peito, estendeu os braços, enquanto me ordenava com toda delicadeza:

– Traga aqui o seu terço.

Eu me ergui imediatamente, como impulsionado por uma alavanca. Fui até à base do altar, e lhe estendi o terço. Ela então perguntou:

– Você consegue, com a minha ajuda, oferecer a Deus os dias que lhe restam para a conversão dos pecadores?

– Sim, Senhora, com a sua ajuda eu consigo.

– Você terá muitos problemas, mas lhe garanto que a graça de Deus estará do seu lado. Desejo que reze sempre o Terço para alcançar a paz no mundo.

Sua mão estendida praticamente tocou no meu terço, e uma luz intensa o envolveu. Senti que a luz também me envolvia. Era difícil de acreditar no que estava acontecendo.

Em seguida, Nossa Senhora começou a elevar-se de mansinho, até desaparecer acima do Sacrário. De repente eu me vi perto do altar-mor, emocionado, completamente perplexo e sem palavras. Levei um bom tempo para me recompor e contar aos presentes o que havia acontecido.

 

1 João Paulo II.

2 Este trecho do diálogo, em que Nossa Senhora fala dos três Selos, foi mantido em segredo até o dia 13 de outubro de 1994, quando então foi aberto e tornado público na presença da irmã Margarida Maria e de vários missionários no Mosteiro de São Bento, em Belo Horizonte.

 

 

Referência: LOPES, Raymundo. Lá estava Ela. In: LEMBI, Francisco. O Terceiro Segredo: A Vinda de Jesus. Belo Horizonte: Magnificat, 2005. p.  30-33.

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