Homossexuais nos seminários. Uma investigação bombástica no Brasil.

Catequese
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Em pesquisa recente, alguns seminaristas declararam que a homossexualidade “é uma realidade comum, uma realidade cada vez mais presente” nos seus seminários. Tão normal que “chega a ser banalizada”. É uma convicção difundida entre eles “que 90% dos seminaristas hoje são homossexuais”.

 

Infovaticana, 13 de maio de 2019.

Sandro Magister.

[https://infovaticana.com/blogs/sandro-magister/homosexuales-en-seminarios-una-investigacion-clamorosa-en-brasil/].

Tradução. Bruno Braga.

 

A pesquisa não é muito recente. Os seus resultados foram apresentados na primavera de 2017, na “Revista Eclesiástica Brasileira” [1].

A questão é a homossexualidade nos seminários.

A homossexualidade é tabu na cúpula da Igreja há alguns meses [2]. Foi proibido falar dele também no encontro sobre os abusos sexuais, realizado entre os dias 21 e 24 de fevereiro. Mas a sua presença disseminada no clero e nos seminários é uma realidade conhecida há muito tempo, de tal forma que em 2005 a Congregação para a Educação Católica divulgou uma instrução exatamente sobre como enfrentá-la [3].

Essa instrução confirmou não só que atos homossexuais são “pecado grave”, mas também que as “tendências homossexuais profundamente arraigadas” são “objetivamente desordenadas”. Por isso, aquele que pratica esses atos, manifesta essas tendências ou de alguma maneira apoia a “cultura gay“, de forma alguma deveria ser admitido à Ordem Sagrada.

Essas são as diretrizes pastorais desde então. Mas, na realidade, quando foram aplicadas? A pesquisa mencionada anteriormente teve como objetivo verificar o que acontece hoje em dois seminários do Brasil, tomados como amostra.

Os autores da pesquisa, Elismar Alves dos Santos e Pedrinho Arcides Guareschi, ambos religiosos da Congregação do Santíssimo Redentor e especialistas em Psicologia Social, com títulos acadêmicos de prestígio, interrogaram a fundo 50 estudantes de Teologia desses seminários, obtendo resultados definitivamente alarmantes.

Antes de tudo, os entrevistados dizem que a homossexualidade nos seus seminários “é uma coisa comum, uma realidade cada vez mais presente”. Tão normal que “chega inclusive a ser banalizada”. É uma convicção difundida entre eles “que na realidade 90% dos seminaristas hoje são homossexuais”.

Alguns homossexuais – eles dizem – “buscam o seminário como meio de fuga para não assumir diante da família e da sociedade as responsabilidades vinculadas ao seu comportamento”. Outros “se descobrem homossexuais quando já estão no seminário”, encontrando ali um ambiente favorável. E quase todos, dizem que 80%, “vão em busca de parceiros sexuais”.

De fato, a homossexualidade – eles declaram -, “é uma realidade presente nos seminários não só na ordem do ser, mas também na ordem do agir”. Muitos a praticam “como se fosse uma coisa normal”. Escrevem os autores do estudo: “Na visão dos que participaram da pesquisa, no contexto atual dos seminários, uma boa parte dos seminaristas está a favor da homossexualidade. E mais. Sustenta que, se existe amor na relação homossexual, não há nada de mal. Dizem: ‘Se existe amor, o que tem de errado?'”.

Os participantes da pesquisa pedem acima de tudo que haja “um diálogo entre os homossexuais e a Igreja”. Porém, um diálogo para fazer com que “a homossexualidade no interior dos seminários seja bem acompanhada e bem orientada”.

Em outras palavras, os entrevistados lamentam que os superiores não façam nada em matéria de homossexualidade, e eles esperam ser aceitos e admitidos na Ordem Sagrada como homossexuais, com “uma acolhida que aceite humanamente a pessoa tal como ela é”.

“É claro – concluem os autores da investigação – que existe uma discrepância entre o que a Igreja propõe sobre como orientar a homossexualidade nos seminários e o modo com que os seminários e as casas de formação percebem e enfrentam esse fenômeno”.

Mas que discrepância! Há um abismo entre a instrução de 2005 e os comportamentos revelados na pesquisa.

Adverte-se também que a instrução de 2005 parece já não ter nenhum valor, a julgar pelo modo como se movimenta hoje a cúpula da Igreja a respeito desse assunto crucial.

Para romper o silêncio sobre a homossexualidade nos seminários e entre o clero, foi preciso o Papa Emérito Bento XVI mexer-se, nas “Notas” sobre o escândalo dos abusos [4], publicadas no dia 11 de abril, após o seu sucessor Francisco tê-las guardado na gaveta de sua mesa por dois meses [5]. “Vox clamantis in deserto”. Voz que clama no deserto.

REFERÊNCIAS.

[1]. Cf. [http://revistaeclesiasticabrasileira.itf.edu.br/reb/article/view/87].

[2]. Cf. [http://magister.blogautore.espresso.repubblica.it/2019/02/21/en-la-cumbre-la-homosexualidad-es-tabu-pero-hay-cautela-sobre-la-%E2%80%9Ctolerancia-cero%E2%80%9D/].

[3]. Cf. [http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccatheduc/documents/rc_con_ccatheduc_doc_20051104_istruzione_sp.html].

[4]. [http://magister.blogautore.espresso.repubblica.it/2019/04/11/joseph-ratzinger-sobre-los-abusos-sexuales-en-la-lglesia-%E2%80%9Cel-motivo-ultimo-es-la-ausencia-de-dios%E2%80%9D/].

[5]. Cf. [http://magister.blogautore.espresso.repubblica.it/2019/04/17/entre-los-dos-papas-hay-%E2%80%9Cfractura%E2%80%9D-el-silencio-de-francisco-contra-benedicto/].

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