Grupos pró-vida de todo o mundo se comprometem a ignorar os “pastores dissidentes”

Infovaticana, 12 de dezembro de 2017.

[].

Tradução. Bruno Braga.

Os signatários do Compromisso de Fidelidade à Fé Católica manifestam a sua recusa em obedecer qualquer sacerdote ou prelado que se afaste da doutrina perene da Igreja.

Cerca de trinta grupos pró-vida e de defesa da família de onze países acabam de assinar um Compromisso de Fidelidade à Fé Católica, declarando a sua recusa em obedecer qualquer sacerdote ou prelado que se distancie em sua mensagem da doutrina perene da Igreja. Foi inclusive aberta uma página na internet com os nomes de todos os assinantes: [].

É um passo verdadeiramente surpreendente. Sempre foi prática habitual desses grupos retirar o seu apoio a políticos que defendem o que se opõe à fé; o mesmo, porém, não se dava com os prelados católicos.

O compromisso é uma denúncia implícita do estado de divisão e confusão que reina em boa parte dos setores eclesiais, denunciado com frequência no Infovaticana e que tantas publicações católicas ignoram em sua insistência em tratar os leitores como menores de idade.

Lê-se no manifesto: “Se há conflito entre as palavras e ações de qualquer membro da hierarquia, inclusive o Papa, e a doutrina que a Igreja sempre ensinou, nós nos manteremos fiéis ao ensinamento perene da Igreja”.

O documento explica a medida alegando que a Igreja “tem visto a sua característica claridade moral e doutrinal ser substituída pela ambiguidade, quando não por doutrinas diretamente opostas aos ensinamentos de Cristo e aos preceitos da lei natural”.

Os redatores do juramento não ocultam o seu mal-estar com a indiferença da hierarquia com relação a alguns movimentos antes favoritos da Igreja na vida social. “Durante os últimos quatro anos, o movimento pró-vida se viu prejudicado pela crescente confusão no que havia sido até então o seu mais sólido apoio”, aponta no LifeSiteNews o seu co-fundador, John-Henry Westen, um dos signatários. “Produziu-se na Igreja uma revolução a partir da cúpula, e que consagrou uma mudança de prioridade, da salvação eterna para a vida material”.

“Hoje, inclusive em certos setores católicos fiéis, a preocupação com a mudança climática prevalece sobre o holocausto de crianças no ventre materno; o emprego juvenil sobre a ameaça à alma de nossos filhos por causa das perversões sexuais; a imigração sobre a evangelização”, lamenta Westen. “A confusão deve terminar e já é hora de marcar linhas vermelhas”.

Sua Santidade também é mencionado pelos líderes pró-vida, que asseguram que muitas das suas declarações contradizem diretamente a doutrina católica sobre moral sexual, contracepção, educação sexual, matrimônio e outras questões de vida e família. Por isso, eles se unem aos cardeais signatários dos dubia e aos pensadores e teólogos da Correctio filialis, que pedem ao Papa que dissipe as confusões geradas por sua exortação Amoris Laetitia e por suas diversas outras declarações.

As assinaturas que figuram no Compromisso de Fidelidade à Fé Católica podem ser verificadas aqui: [].