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Raymundo encontra o Diabo em Vitória, no Espírito Santo. O espírito maligno admite que usa de manifestações extraordinárias para confundir os homens e desacreditar as mensagens de Nossa Senhora. Afirma que fará de tudo para que Raymundo não chegue ao encontro marcado com o papa Bento XVI em Roma.

6 de julho de 2010

Há tempos atrás, quando estive em Vitória, no Espírito Santo, o padre Rubem Schuch me apresentou a uma pessoa que afirmava que havia formigas na sua casa que furavam folhas de plantas, formando nelas palavras, frases, números ou figuras, enfim, passando mensagens. Eu fiquei surpreso com a conversa, mas devido ao tumulto que estava na igreja, não dei importância. E para mim o caso morreu aí.

Em outra ocasião, uma pessoa falou-me do assunto, também em Vitória. Lembrei-me do fato anterior, mas novamente não dei importância.

Tempos depois, recebi em casa uma pessoa de Vitória, que queria comprar uma imagem de Nossa Senhora para presentear o pai que morava em um sítio. Eu lhe vendi uma imagem de Nossa Senhora de Fátima de mais ou menos 90 cm de altura.

Passou-se o tempo…

Certo dia, recebi um telefonema de uma pessoa de Vitória me pedindo os endereços e telefones dos meus contatos na França. Achei estranho, mas cedi, fornecendo-lhe o que tinha nos arquivos.

Há poucos anos estive em Vitória, e logo vieram me falar dessa pessoa que tinha em casa formigas que furavam folhas de plantas, através das quais transmitiam mensagens.

O tempo foi passando, e eu sempre me esquivando do assunto das formigas, mesmo porque não achei interessante levar adiante tal tipo de conversa.

Recentemente, estive na França e fiquei surpreso ao verificar que essa pessoa de Vitória, além de ter entrado em contato com as pessoas cujos telefones eu lhe fornecera, levou-lhes o assunto das formigas, acompanhada de padres que eu tinha como pessoas centradas no Evangelho. Não toquei mais no assunto. Mas, sinceramente, fiquei chocado ao saber que com tanta coisa ensinada por Jesus, eles estavam dando ênfase a supostas mensagens escritas por formigas. E além do mais, mensagens confusas e tendenciosas levando as pessoas a crer que o mal do mundo está ligado à presença masculina, e que Nossa Senhora incentivava uma rixa entre a mulher e o homem.

Foi quando a minha surpresa chegou ao limite.

Um dos mais conceituados prelados do mundo entre os especialistas em revelações privadas, que me recebera na França com o objetivo de examinar o que se passava comigo, e que o tenho como uma pessoa altamente consciente das mensagens extra evangelho transmitidas pelo Céu, estava de viagem marcada para o Brasil com destino a Vitória, para dar com a sua presença um aval, queira ou não, às formigas que supostamente deixavam mensagens que, ao invés de reunir o rebanho, dispersava-o além da conta.

Qual não foi minha surpresa maior ao ver que ele, aproveitando a viagem, queria me fazer uma visita. Fiquei perplexo.

Depois de uma estadia de três dias em Vitória, assessorado por duas missionárias da minha confiança (Maria Alves e Aída) que me mantinham a par da situação, aceitei a visita do sacerdote francês na minha residência.

Foram apenas um dia e uma noite. Na manhã seguinte, ele partiu de volta a Paris. Procurei lhe dar toda a atenção devida, e ele me crivou de perguntas, para as quais não acentuei nenhuma novidade. Apenas limitei-me a responder tudo aquilo que estava me acontecendo, com a claridade necessária.

Na semana seguinte, apareceu na mesa da sala, da parte baixa da minha casa, uma folha cheia de furos que formavam alguns números. Na hora, achei que ela estava ali por esquecimento de alguém que estivera em Vitória. Não dei importância ao fato, mas guardei a folha.

No dia seguinte, outra folha, desta vez na porta da Capela Magnificat, contendo também alguns números.

Pela terceira vez, na mesa do quarto onde dormira o sacerdote visitante, uma folha pequena e também furadinha.

Na esperança de falar com as missionárias que estiveram em Vitória, mas sempre me esquecendo e deixando o tempo fluir, os dias se passaram sem que eu lhes falasse a esse respeito.

Semana passada, uma outra missionária (Rosa) dispôs-se a fornecer uma passagem a mim e à minha esposa para irmos a Vitória fazer uma visita à sua filha (Luciana). Eu, desta vez centrado no assunto das formigas, aceitei.

Em Vitória, depois de tudo resolvido, pedi à Luciana que me levasse à casa das manifestações das formigas. Mas me pareceu que algo me impedia de chegar lá, devido a uma série de imprevistos e, por último, um enorme engarrafamento.

Chegando a esse local, fui logo procurando entendê-lo. E qual não foi a minha surpresa ao verificar que uma imagem toda suja, enrolada num pano roxo, era a mesma que eu havia vendido há tempos atrás, em Belo Horizonte.

Procurei disfarçar, mas estava cada vez mais impressionado com o local, por tantas imagens malfeitas, sujas, paredes totalmente rabiscadas com figuras sem traços aparentes, além de uma infinidade de folhas supostamente furadas por formigas, contendo figuras e mensagens, todas direcionadas a uma guerra contra os homens. Não estava acreditando no que via, quando então me deparei com a senhora responsável por tudo aquilo, assentada num banquinho.

Ela deu a entender que me conhecia, porque, olhando-me fixamente, disse:

– O senhor está me parecendo ser o Raymundo, de Belo Horizonte, não é?

Eu procurei desconversar e fui me afastando, quando aconteceu o imprevisto. Outra vez a escutei falar:

– Olhe para mim, seu filho da puta!

Eu olhei assustado para ela, e a conversa continuou:

– Eu estava esperando você. Foi você o responsável por tudo isso, foi por sua causa que montei este espetáculo.

– Que espetáculo?…

– Essa merda que você está vendo. Achou sua queridinha toda enrolada em roxo? Viu sua carinha toda borrada de merda? Fui eu que fiz isso em sua homenagem!

– Você está louco? Deus não permitiria isso!…

– Não?… Permitiu porque estou usando daquilo que Ele tanto preza: essa merda de liberdade, que vocês usam para transformar a Terra neste pesadelo dos últimos tempos. Antes, usei da fragilidade dessa infeliz para chegar até você, e coloquei meu plano em prática. Seu filho da puta, chegue mais perto de mim! Desejo fornecer a essa infeliz a felicidade de vê-lo derrotado.

– Não me chame assim! – eu pedi.

– Sua mãe está no Inferno transando com todo mundo!

– Você está mentindo!

– Sei onde você vai!

– Onde?

– Naquela cidade onde mora aquele pedófilo enrustido, que tem um irmão que esconde suas proezas!

– Não sei de quem está falando!

– Sabe sim, sua viagem é em agosto – replicou.

– Você está falando do Vaticano?

– Adivinhão, filho de uma égua! Farei de tudo para que não chegue lá.

– Eh, mas Deus fará de tudo para que eu chegue.

– Vamos ver quem ganha!… – ele respondeu. Recebeu minhas folhinhas? Furei todas especialmente para você.

– Foi você que as mandou?

– Foi. Tinha uma porção de números, sua besta. Você acha que eu iria lhe fornecer palpites para jogos?

Eu fiquei calado e comecei a rezar: “Deus, me acode”.

– Está pedindo ao Poderoso que o ajude? Ele deseja que se lixe. Se Ele quisesse, impediria que viesse aqui. Seus companheiros que sempre o visitam são merdas diante do que posso. Vou lhe fazer uma pergunta, se você responder certo eu vou lhe dar um prêmio.

– Não quero seu prêmio.

– Quem tem maior poder: eu ou a Mãe do Crucificado?

– A Mãe do Crucificado não tem poder, seu poder vem do próprio Crucificado.

– Falou bem, a Mãe do Crucificado não tem poder! – disse rindo.

– Vou lhe dar o prêmio assim mesmo!

– Eu não quero o seu prêmio!

– Me acompanhe.

E saiu andando, entrou numa pequena sala à direita de uma vitrine cheia de santos. Sentou-se em uma cadeira, e disse:

– Venha sentar-se no meu colinho; venha, meu bem!

Eu saí dali em estado de choque. Encontrei a Geny, com a Luciana e o Gustavo, no jardim da casa, e fui logo dizendo:

– Vamos embora o mais rápido possível, porque estou perdendo o avião.

Entramos no carro e fomos para o aeroporto, para embarque quase imediato.

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Estas folhas foram encontradas por Raymundo logo após a visita do padre René Laurentin à residência Magnificat. A primeira, no quarto onde dormiu o sacerdote; a segunda, na sala de jantar; e a terceira na porta da capela. Raymundo guardou-as, pensando terem sido perdidas pela equipe que acompanhava o teólogo francês.

Folha Formiga Nr recibo_Jun10

Aqui está explícito, número por número, o registro do voo do casal para Vitória, que aconteceria um mês depois.

Folha Formiga Nome Destino_Jun10Pode-se notar a palavra “Vitória – ES”. Faz menção clara à viagem do Raymundo.

Folha Formiga Nr Voo_Jun10Neste detalhe estão claros os números 1617 e 1618 com as respectivas datas, referindo-se ao itinerário do voo da Gol.

Passagem aerea Raymundo_jun10

Reproduzimos aqui o registro da Gol, onde constam os números das folhas acima. Não queremos com isso levantar qualquer dúvida a respeito das manifestações da cidade de Vitória. Relatamos o fato apenas para alertar de que o Diabo está atento, pronto a desacreditar qualquer influência que possa ter a Mãe de Deus.

 

Referência: LOPES, Raymundo. Formigas. In: LEMBI, Francisco. Raymundo Lopes, Daniel: Uma incógnita dos finais dos tempos. Belo Horizonte: Magnificat, 2010. p. 149-154.

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