Entregue os terços de Simão, Tiago e Tadeu a Hélio, Eduardo e Francisco

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Nossa Senhora aparece a Raymundo em Bom Despacho, na casa de Hélio Lembi. Os terços de Simão, Tiago e Tadeu devem ser entregues a Hélio, Eduardo e Francisco Lembi. “Esses terços representam um presente meu para pessoas especiais, das quais espero uma dedicação muito grande à minha Obra na América Latina, e especialmente no Brasil”.

02 de abril de 1994 

Na madrugada do dia 8 de março deste ano, após ditar a mensagem Tirem este tempo de Quaresma para meditar sobre a cruz, Nossa Senhora me disse:

– Necessito falar com você no primeiro sábado de abril às 5 horas da tarde, num local onde possam estar presentes Hélio, Eduardo e Francisco.

Eu, surpreso, perguntei:

– Os missionários?

– Claro que sim, os três irmãos.

– A Senhora tem alguma coisa para falar com eles?

– Tenho, lá você saberá. Não se impaciente e nem me faça outras perguntas. Vá agora, e durma em paz.

Nisso senti uma brisa leve e fresca que me envolvia, e percebi que Ela se retirava. Pensativo, permaneci um pouco na sala, e depois fui dormir.

No dia 2 de abril, atendendo ao que me havia sido pedido, fui a Bom Despacho para receber Nossa Senhora, porque um dos irmãos, o Hélio, que mora nesta cidade, é deficiente físico, o que lhe dificulta a locomoção. Na sua casa rezamos o Terço, cantamos e adoramos o Santíssimo exposto no seu quarto, até que chegasse a hora marcada.

Às 17 horas vi Nossa Senhora chegar, linda, brilhante como um cristal, irradiando luz em todas as direções. Ela veio de branco e, como das vezes anteriores, com uma pequena luz na barra do seu vestido. Seu rosto brilhava tanto que eu mal lhe distinguia os traços, pois tudo se perdia na luz intensa que dele se irradiava. Seus olhos ora pareciam diamantes, ora grandes águas-marinhas. Suas mãos se movimentavam lentamente, e delas saíam jatos de luz coloridos.

Ela então disse:

– Meu filho, obrigada por ter atendido ao meu pedido. Que a paz de Deus esteja nesta casa.

Na terça-feira passada, 29 de março, passei por uma experiência que me deixou profundamente comovido. Durante todo o tempo em que ditava a mensagem, eu percebia Nossa Senhora muito triste e chorando, e Ela disse diversas vezes: “Como é grande a minha dor…”. Hoje Ela estava com o semblante sério, mas não chorava. Eu, aliviado, perguntei:

– A Senhora está triste?

– Não, meu filho, Eu hoje não estou triste, apenas apreensiva quanto ao caminho que trilha a Igreja de meu Filho. Por isso venho para lhe indicar três pessoas às quais desejo que sejam entregues três dos meus terços que estão sob a sua guarda.

– A Senhora irá nomear três apóstolos?

– Meu filho, eu não disse que nomeio apóstolos. Esses terços representam um presente meu para pessoas especiais, das quais espero uma dedicação muito grande à minha Obra na América Latina, e especialmente no Brasil. Esses terços possuem as minhas bênçãos. Através deles, quando essas pessoas indicadas por mim rezarem, falarei ao coração de cada um. Eles são meus escolhidos. Repito: quando rezarem nesses terços, sentirão a minha presença muito próxima, porque será através dos seus testemunhos que a minha Obra persistirá e dará bons frutos.

– Se entendi bem, a Senhora mesma disse que o padre Rubem seria um bom apóstolo. Isso não é nomear a pessoa apóstolo?

Ela deu um leve sorriso, e respondeu doce e pausadamente:

– Eu lhe disse que (…)1 ele será um bom apóstolo, mas não disse em momento algum que com a entrega desses terços eu o estaria nomeando apóstolo, e nem a Narciso.

– Então como chamar essas pessoas que a Senhora escolhe?

– Chame-as de meus pequeninos especiais.

Depois Ela olhou para o Hélio, que estava na cama, e disse com um sorriso:

– Diga ao Hélio que desejo que aceite o terço de Simão, o zeloso Simão, o pequeno e desconhecido Simão que, em sua extrema e humilde presença entre os apóstolos, tanto fez pela causa de Cristo. Diga ao Hélio que desta cama sairá para a minha Obra frutos de um valor imenso, se ele persistir na fé e na confiança em Deus. Somente o futuro avaliará os benefícios da sua dedicação para comigo. Deus aqui o colocou para que me conhecesse, e aqui virei buscá-lo quando Ele assim o permitir, e terá o meu abraço terno e afetuoso2. Ele e todos os meus escolhidos me verão na hora da morte; isto é uma promessa minha, quando então tudo estará consumado.

Eu insisti mais uma vez na pergunta sobre as pessoas escolhidas por Ela, porque a palavra “apóstolo” ainda estava na minha mente.

– Senhora, me perdoe a insistência, mas a Senhora está relacionando essas pessoas com os apóstolos, eles inevitavelmente vão tentar relacionar esses presentes com os apóstolos indicados. A Senhora não acha que isso dará a entender uma ligação entre essas pessoas e os apóstolos, soando como uma nomeação?

Ela respondeu também com muita calma:

– Meu filho, por que me interpela por dúvidas que estão na sua mente e que não se darão, de forma alguma, na mente dessas pessoas? Diga a eles que as características do meu presente têm realmente uma ligação muito íntima com as pessoas escolhidas por meu Filho para o direcionamento da sua Igreja, e um vínculo muito especial com a minha Obra. Somente isto.

Depois, continuou:

– O terço de Tiago, o filho de Alfeu, entregue a Eduardo, meu pequeno e frágil Eduardo, tão humilde ao meu comando, que através dele falo tantas vezes sem que ele perceba. Como o filho de Alfeu, Eduardo terá sob o seu comando pessoas importantes para a minha Obra3. Agora, meu filho querido, o terço de Tadeu, coloque nas mãos do meu dileto Francisco. Espero muito desse pequenino especial, tudo fiz para que se colocasse à minha disposição, porque dele sairá um importante braço deste movimento. Aos meus pés, como padroeira desta terra, aceitei a sua promessa. Diga ao Francisco que confie em mim, Eu o assisto desde esse dia.

Depois disto eu perguntei:

– Me parece que a Senhora gosta muito dessas pessoas escolhidas. Por que somente na hora da morte, e não agora, eles poderão vê-la como eu a vejo? Eles ficariam radiantes se pudessem vê-la.

Ela olhou para todos que estavam no quarto, depois para os que estavam na sala, e disse com um sorriso:

– Eu amo todos vocês. Entretanto, existem planos divinos para que as coisas aconteçam desta maneira, e Eu não posso alterá-los. No entanto, não passe a ninguém nenhum sinal de orgulho pelos nossos contatos. Permaneça humilde e obediente ao meu comando, caso contrário nada disso será possível. Que esses contatos comigo sejam para você objeto de trabalho e dedicação à Igreja, mesmo que isto lhe cause grandes sofrimentos. Sua alegria estará reservada apenas no propósito de servir a Deus através do que o Céu lhe transmite e lhe ensina. Eu lhe dou a minha bênção, e peço a Deus por você. Que esses objetos que vocês me trazem sejam usados para encaminhamento de muitos a Jesus; eu os abençoo. Entretanto, não se esqueçam: o verdadeiro caminho está na vivência do Evangelho, na prática do jejum, na oração e numa vida sacramental bem forte e sedimentada no amor ao próximo. Somente meu Filho é o caminho, por isso estou aqui. Fiquem em paz e rezem pela paz.

Dizendo isto, Ela começou a se distanciar de mansinho até desaparecer por completo.

 

1 Parte do diálogo não revelada.

2 Hélio faleceu no dia 14 de janeiro de 1995.

3 Aqui Nossa Senhora me disse: “Está se desenvolvendo no Eduardo o câncer, breve ele estará comigo”. Em dezembro foi constatada a doença, já em estado avançado, e no dia 16 de maio do ano seguinte ele faleceu.

 

Fonte: Livro Diálogos com o Infinito, p.121.

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