Bispo convoca católicos contra aborto e ideologia de gênero no Brasil
RIO DE JANEIRO, 28 Mar. 17 / 08:00 am (ACI).– O Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Antônio Augusto Dias Duarte, fez um chamado aos católicos e às “pessoas de boa vontade que queiram ser os sentinelas do bem e da verdade” a levantarem suas vozes contra uma estratégia que está sendo colocada em prática no Brasil “em favor da descriminalização do aborto e da manipulação ideológica”.
Em um artigo intitulado “Custos, quid de nocte”, publicado no site da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o Prelado lamentou que embora a vigilância seja “uma atitude tão recomendada nas páginas bíblicas”, o que se vê é “o avanço perigoso e veloz das mais variadas expressões do mal no mundo de hoje”.
“A Igreja Católica, nos tempos atuais da história da humanidade, deve assumir cada vez mais a atitude do sentinela do bem e ficar mais atenta aos perigos que ameaçam o nosso país”, alertou.
Tais perigos estão marcados pelo “marxismo político-partidário, a ideologia do gênero, o relativismo moral e sua destruição dos costumes, o consumismo materialista-capitalista, e tantas outras ondas de mentiras, maldades, violências, drogas, etc.”.
Dom Antônio Augusto explicou que “a vigilância é uma das mais expressivas provas da caridade cristã” e, portanto, não prevenir, proteger ou esclarecer as pessoas “dessas estratégias perversas, passa a ser uma das mais graves omissões presentes no seio da Igreja Católica nesses tempos últimos”.
Para mostrar como tais realidades estão sendo infiltradas na sociedade brasileira, cita alguns casos concretos. Primeiramente, através dos meios de comunicação, especialmente a televisão.
De acordo com o Bispo, “a Rede Globo de Televisão tornou-se um depósito poluído dessa sujeira moral, pois ao estar presente nos lares do povo brasileiro, derrama nele, gota a gota, por exemplo, a Ideologia do Gênero”, a qual contribuiu para a “destruição da família, da integridade moral das crianças e jovens”.
Esta ideologia, esclareceu, “é um falso feminismo de matriz marxista, que destrói a dignidade das mulheres, tirando-lhes toda a beleza do gênio feminino, já que enquanto mulheres, esposas, mães, educadoras dos filhos, profissionais atuantes e não adversárias dos homens, elas são as verdadeiras construtoras de um mundo mais humanizado”.
O segundo fato diz respeito à Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) protocolada pelo PSOL no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a descriminalização do aborto até doze semanas de gestação.
“Segundo esse partido ‘missionário do mal’ em matéria de aborto, a criminalização desse ato ‘afeta desproporcionalmente mulheres negras e indígenas pobres, de baixa escolaridade e que vivem distantes de centros urbanos, onde os métodos para a realização do aborto são mais inseguros do que aqueles utilizados por mulheres com maior acesso à informação e poder econômico, resultando em uma grave afronta ao princípio da não discriminação”, assinalou.
Em seguida, informou que a relatora do caso será a ministra Rosa Weber, “mulher branca, rica, bem informada e bem escolarizada”, já deu sinais de ser “a favor da descriminalização do aborto, sendo, portanto, contrária à maioria do povo brasileiro, constituído por brancos, negros, pardos, ricos e pobres, indígenas e mamelucos, imigrantes e estrangeiros com cidadania adquirida há anos e, sobretudo, por mulheres e homens que sonham com um Brasil mais justo e mais protetor dos mais frágeis, como são as crianças em gestação no seio materno”.
Por fim, o terceiro caso citado é especificamente da cidade do Rio de Janeiro, onde a vereadora Marielle Franco entrou com um projeto de lei para instituir nos hospitais municipais o “Programa de Atenção Humanizada ao Aborto Legal e Juridicamente Autorizado no Âmbito do Município do Rio de Janeiro”.
Entretanto, trata-se de algo “contrário à realidade”, visto que “não há aborto legal, e esse programa proposto por essa vereadora é tão irreal e manipulador da inteligência do povo, pois não se deve falar de atenção humanizada para uma ação tão desumana”.
Diante de tudo isso, exortou, “é chegada a hora do povo brasileiro não só de ir às ruas, demonstrando civilidade e defesa do patrimônio público e privado, e protestando contra a corrupção, contra medidas políticas que prejudicarão as famílias e o emprego”.
“Chegou a hora de sair da frente da televisão ou até desligá-la, quando ela faz proselitismo da ideologia marxista-gramscista do gênero; chegou a hora de denunciar partidos, políticos, ministros e instituições que só se interessam pela cultura da morte e não pela construção de um futuro melhor para as crianças e doentes”.
Por isso, convocou “os sentinelas do amanhã” a “sair na hora certa da passividade, para que aconteça hoje e agora um ‘tsunami’ de e-mails para o STF, para a TV Globo e para a Câmara Municipal de Vereadores carioca, protestando diante de tantas arbitrariedades contra a vida humana nascente, contra a dignidade das crianças e jovens, contra a violação da Constituição Federal, fazendo novelistas, políticos e ministros descerem dos seus pedestais, onde se sentem donos da verdade e do bem e do mal, para pisarem na realidade do povo, e enxergarem, assim, as verdadeiras necessidades humanas”.
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